Quinta-feira, 11 de março (de 1736)
As dez, desta manhã, comecei o culto com uma dúzia de mulheres que eu havia ajuntado, com a intenção de continuar o culto lendo algumas orações para os homens, antes que fossem para o trabalho. Também expus a segunda leitura bíblica com certa ousadia como já havia feito algumas vezes antes.
Depois das orações, encontrei a empregada da Sra H. (Sra Hawkins), em prantos, por ter sido espancada por sua patroa. Ela parecia disposta a tirar sua vida para assim escapar de sua escravidão do Egito. Com muita dificuldade a persuadi para que retornasse a casa e a levei de volta para sua patroa. Quando pedi a Sra H.(Sra Hawkins) para perdoa-la, esta me repeliu de forma rude, raivosa e quase insultuosa.
O Sr Tackner, o próximo a falar comigo, facilitou-me a solução do caso dele. Ele estava bem humorado, disposto a lutar, não com sua esposa, mas consigo mesmo; despindo-se do homem velho e revestindo-se do novo.
Ao anoitecer, ouvi a primeira palavra áspera do Sr Oglethorpe, ao pedir-lhe algo para uma mulher pobre. No dia seguinte, fui surpreendido por uma resposta ainda mais rude, ao tratar de um assunto que merecia ainda maior encorajamento da parte dele. Eu não sei como explicar a sua crescente frieza para comigo.
O desânimo foi o mesmo ao falar com a Sra W. (Sra Welch) a quem encontrei toda tempestade e tormenta. A mansa e sedenta de conhecimento, Sra W. (Sra Welch), (que estava no navio) era agora agressiva e intratável; tão orgulhosa, que eu não aguentei ficar perto dela. Não consegui me recuperar, pois dei de cara, novamente, com o Sr Oglethorpe, que estava agora com homens armados como que na espera do inimigo. Fiquei por ali o quanto pude, embora,
“Inseguro no vento de tanta comoção.”
mas, pelo menos, a sua fúria me afastou dali.(1)
1 Charles Wesley cita aqui um verso do “Paraíso Perdido”, de John Milton:
Unsafe within the Wind/ Of such commotion: